O Dia Nacional do Vinho é comemorado anualmente no primeiro domingo de junho. Mais do que uma data no calendário, é uma celebração da tradição da vitivinicultura no Brasil, que, embora jovem em comparação aos países da Europa, vem crescendo de forma expressiva, fortalecendo sua identidade e conquistando espaço no mercado nacional e internacional.
Segundo a Embrapa, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, a vitivinicultura brasileira ocupa cerca de 78 mil hectares, abrangendo regiões do Norte ao Sul do país. O destaque absoluto vai para o Rio Grande do Sul, estado responsável por 90% da produção de vinhos no Brasil.
Atualmente, o país conta com mais de 1000 vinícolas, que geram aproximadamente 100 mil empregos diretos e indiretos. Esses números refletem não apenas o crescimento econômico do setor, mas também o fortalecimento da cultura e da tradição associadas ao vinho brasileiro.
Por que o Dia Nacional do Vinho é comemorado?
O primeiro domingo de junho foi oficializado como Dia Nacional do Vinho em 2017, por meio de um Projeto de Lei Federal, como forma de reconhecer e valorizar a contribuição da produção de vinho para a história, a economia e a cultura do Brasil. O vinho nacional carrega, sobretudo, as heranças da imigração italiana no século XIX, que trouxe consigo o amor pela vitivinicultura e transmitiu esse conhecimento por gerações.
Mais do que celebrar uma bebida, o Dia Nacional do Vinho é uma homenagem às famílias que constroem a história da produção de vinho no Brasil. É uma oportunidade para valorizar a tradição, conhecer mais sobre os vinhos nacionais e, claro, degustar rótulos que traduzem o terroir brasileiro.
Da vindima à taça
Antes de invadir suas papilas gustativas, o vinho passa por um processo minucioso, que combina tradição e ciência. Muita gente não sabe, mas o destino do vinho começa a ser traçado ainda na vindima, ou seja, durante a colheita das uvas.
É na vindima que as uvas são cuidadosamente selecionadas e separadas de acordo com seu grau de maturação. Afinal, a qualidade da uva e seu ponto ideal de amadurecimento são determinantes para o sabor, a cor e todas as características do seu vinho favorito.
A colheita pode ser manual ou mecânica, e o período varia conforme a região do país. No Sul do Brasil, por exemplo, a vindima ocorre entre os meses de janeiro e março. Já no Vale do Rio São Francisco, região que vem se destacando na produção de vinhos nos últimos tempos, a vindima é realizada duas vezes ao ano, de abril a agosto e de outubro a fevereiro, devido ao ciclo da videira.
Após a vindima, as uvas são separadas dos cachos e levemente esmagadas para liberar o mosto, o suco dos deuses! É o mosto que dará origem ao vinho. Nesta etapa, leveduras naturais transformam o açúcar do mosto em álcool e dióxido de carbono.
Esse processo de fermentação pode durar de alguns dias a semanas. Após a fermentação, especialmente nos vinhos tintos, as cascas são prensadas para extrair o restante do líquido. Nos tintos, também ocorre uma segunda fermentação, que suaviza a acidez.
O vinho então descansa em tanques de inox, barricas de madeira ou outros recipientes, adquirindo sabores, aromas e equilíbrio. Esse período pode variar de meses a anos, conforme o estilo desejado. Por fim, o vinho é cuidadosamente engarrafado, rotulado e preparado para chegar até a sua taça.
Tipo de uvas
No mundo, existem mais de mil variedades de uvas. Selecionamos aqui algumas das mais famosas e comuns nos rótulos, que muitas vezes são confundidas com o próprio tipo do vinho, quando, na verdade, são as variedades da uva.
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Cabernet Sauvignon: uva tinta francesa (Bordeaux) que gera vinhos encorpados e com aromas herbáceos, ideais para envelhecimento.
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Merlot: uva tinta francesa (Bordeaux) que produz vinhos macios, encorpados e frutados, bons para consumo jovem.
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Malbec: uva tinta francesa, mas a Argentina é hoje sua maior produtora, resultando em vinhos macios, aromáticos e com notas de especiarias e flores.
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Carménère: uva tinta francesa (Bordeaux), porém os melhores vinhos são chilenos. Produz vinhos encorpados, tânicos, frutados e levemente apimentados.
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Pinot Noir: uva tinta francesa (Borgonha) que origina vinhos suaves, discretos e sofisticados.
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Syrah: cepa tinta francesa (Vale do Rhône) adaptada a vários países. Produz vinhos de cor intensa, com aromas de especiarias, defumados e possui sabor frutado.
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Tannat: uva cultivada no sudoeste francês e no Uruguai. Gera vinhos encorpados e tânicos, que melhoram com o envelhecimento.
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Tempranillo: uva espanhola popular também em Portugal. Produz vinhos de corpo médio, frutados e com aromas de ervas e especiarias, podendo ter notas de baunilha com envelhecimento em carvalho.
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Chardonnay: uva branca francesa (Borgonha) responsável pelos mais famosos vinhos brancos e espumantes. Produz vinhos encorpados e macios.
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Sauvignon Blanc: uva branca francesa que gera vinhos suaves, com boa acidez e sabor herbáceo.
Na sua taça: tipos de vinho
Os tipos de vinho podem ser classificados como tranquilos, espumantes e fortificados. Vinhos tranquilos são aqueles sem gás carbônico, diferente dos espumantes. Já os fortificados, como o nome sugere, recebem adição de aguardente vínica, tornando-os mais alcoólicos e, geralmente, mais doces.
Dentro dessas categorias, há inúmeras variedades e estilos, que dependem da uva utilizada, do processo de produção e do teor de açúcar. Abaixo, os principais tipos:
Vinho Tinto
Considerado um vinho tranquilo, é feito de uvas tintas, com fermentação junto às cascas, o que confere cor intensa e presença marcante de taninos. Pode ser leve, médio ou encorpado, com sabores que vão de frutados a amadeirados.
Vinho Branco
Produzido de uvas brancas, como a Chardonnay ou a Sauvignon Blanc, sem contato com as cascas. É um vinho tranquilo, leve, fresco e com acidez elevada, podendo ter aromas florais, frutados ou minerais.
Vinho Rosé
Um vinho tranquilo, produzido de uvas tintas, mas com curta maceração com as cascas, resultando em cor rosada. Leve, fresco e frutado, mas pode ter mais corpo, dependendo do estilo.
Vinho Licoroso
É um vinho fortificado com adição de aguardente vínica, o que interrompe a fermentação e mantém maior teor de açúcar e álcool. Vinho doce e encorpado, usado em sobremesas ou como aperitivo.
Vinho Frisante
Um vinho espumante que apresenta leve presença de gás carbônico, conferindo frescor e suavidade. Pode ser tinto, branco ou rosé, geralmente jovem e frutuoso, com aromas de goiaba e manga, equilíbrio entre acidez e doçura.
Vinho Verde
Originário da região dos Vinhos Verdes (Portugal). É um vinho tranquilo, leve, fresco, com acidez alta e, às vezes, levemente gaseificado. Pode ser branco, rosé ou tinto, pois o verde refere-se ao frescor e não à cor.
O vinho brasileiro está mais vivo e saboroso do que nunca e, por isso, merecidamente possui um dia dedicado a ele. Que tal brindar essa data tão especial com um rótulo nacional de qualidade Di Paolo? Acesse nossa loja online e descubra uma seleção especial de vinhos brasileiros e importados.